Segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2050 o número de idosos com mais de 65 anos no Brasil vai aumentar para quase 70 milhões. Atualmente, o país tem 23 milhões de pessoas idosas. O Fórum desta semana discute quais são as responsabilidades dos cuidadores, a qualidade das casas de repouso e o dever da família. O programa também levanta a seguinte questão: o país está preparado para esse aumento?
“Infelizmente é uma situação bem alarmante, o país não está se preparando para isso. Diversos países da Europa primeiro enriqueceram para depois envelhecer; o Brasil tem experimentado isso de maneira diferente. Está envelhecendo rapidamente e não está se preparando para esse processo, o que caracteriza um grande desafio para nova realidade”, analisa Paula Ribeiro, defensora pública do DF.

Há uma estimativa de que quatro milhões de idosos se encontram na categoria de alta dependência no Brasil, indica pesquisa da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. Isso significa pessoas vítimas de Alzheimer, acidentes cardiovasculares, derrames ou sérios problemas de mobilidade.

“O número é alto. Essa dependência faz com que muitas famílias se dediquem ao problema do idoso. Esses números refletem uma sociedade amparada pela evolução da medicina, e de medicamentos, que conseguem dar uma sobrevida ao paciente. Quando a pessoa se encontra nessa situação, os familiares também optam pelas casas de repouso. O problema maior é que nem todos têm condições de pagar por esse serviço e nem o Estado oferece vagas suficientes”, avalia Vicente Alves, professor de Gerontologia.

De acordo com estudo do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o número de instituições públicas que abriga  idosos não acompanha o crescimento da terceira idade. Quase três mil e seiscentas casas de repouso funcionam no Brasil. Apenas 208 são da esfera estadual e municipal. O estudo apontou 65% das instituições brasileiras são filantrópicas. E a contribuição do setor público representa apenas 22% das receitas desses lugares. A pesquisa concluiu que esses abrigos são mantidos por recursos dos idosos ou familiares.

Exibições:

Inédito: 07/05, às 12h30.

Reapresentações: 08/05, às 18h; 09/05, às 11h30; 10/05, às 9h30; e 11/05, às 11h.